DEMANDAS FISIOLÓGICAS DE UMA AULA DE BALLET CLÁSSICO

Resumo

As aulas de Ballet exigem de seus praticantes excelente condicionamento físico, com esforços muito intensos, contudo sem um determinante especifico da intensidade deste esforço. Para uma melhor elucidação deste assunto, o uso da freqüência cardíaca (FC) pode indicar com mais precisão o estado do condicionamento físico dos bailarinos e a intensidade fisiológica da atividade. O objetivo deste estudo foi investigar o comportamento da freqüência cardíaca durante uma aula de ballet clássico. Participaram 10 bailarinas clássicas do sexo feminino, com pelo menos 9 anos de participação regular em aulas de ballet clássico. Fez-se a mensuração da freqüência cardíaca de repouso e da freqüência cardíaca máxima (protocolo de Balke) em cada uma das bailarinas. A aula é composta por 17 exercícios, 9 exercícios sem sapatilha de ponta realizados com o apoio da barra, 1 exercício sem sapatilha de ponta realizado no centro e 7 exercícios realizados com sapatilha de ponta também no centro. O tratamento dos dados foi feito através da estatística descritiva. O comportamento da freqüência cardíaca durante uma aula de ballet teve seus resultados demonstrados em valores relativos (%) da FC de reserva e em bpms. A amostra estudada (20,83,08 anos, 51,94,04 kg, 164,36,34 cm, IMC de 19,481,31 kg/m2 e VO2máx de 49,648,74 ml/kg/min) atingiu elevados níveis de intensidade com média de 79,58% da FC de reserva e FC máxima média de 192,6 bpm. Depois de realizadas as coletas de dados (aula e teste máximo), observou-se que a intensidade da aula de ballet é extremamente alta, pois picos acima de 60% da FC de reserva são considerados intensos, de acordo com dados de 2005 do Colégio Americano de Medicina Esportiva. Acredita-se que estas descobertas possam contribuir para elucidar algumas das características de atletas desta modalidade, a qual compreende uma forma muito peculiar de treinamento, que além de físico, é também artístico.