A TRAJETÓRIA DE UMA HEROÍNA NO DESPORTO ADAPTADO

Resumo

A configuração denominada de Paradesporto ou Desporto Adaptado concentra atletas em sua organização, favorecendo as relações entre seus membros na formação desse grupo específico, sem que o conjunto total de membros, ou seja, outras pessoas com deficiência, participem. Na instância do alto rendimento, a instituição promove a concorrência, competição, análise, comparação e classificação de desempenhos e de indivíduos. No entanto, também proporciona o encontro de identificação e a construção da idéia de pertencimento do grupo por meio de suas regras e rituais (treinos e competições), pois “os indivíduos apresentam-se sempre em configurações e estas são sempre formadas por indivíduos” (ELIAS; DUNNING, 1992, p. 291). Transformado em espetáculo pelos meios de comunicação, o esporte, como signo da sociedade contemporânea, remete ao ideário do viver bem, estar bem consigo, ser vitorioso, transmitido como ideais a serem atingidos pela média da população (RUBIO, 2003).
Ao relatar uma parte da história de uma atleta paraolímpica pioneira em nosso País, descobrimos em nossa pesquisa não somente os fatos concretos de resultados obtidos, mas os humanos que circundam nossa heroína. Dessa configuração na qual o indivíduo constitui-se, ele é formado pela estrutura das emoções. Sendo que a sensibilidade e o comportamento são componentes de mudanças e variações influenciando-o em sua própria constituição (ELIAS, 1994).