PERFIL DO NíVEL DE ATIVIDADE FíSICA E DO CONSUMO DE LIPíDEOS EM INDIVÍDUOS SELECIONADOS NA REGIÃO DO VALE DO SINOS, RS.

Resumo

Atualmente, sabe-se que a inatividade física e o baixo nível de condicionamento físico têm sido considerados fatores de risco para mortalidade prematura tão importantes quanto fumo, dislipidemias e hipertensão arterial. Da mesma forma, o consumo exagerado de gorduras também contribui para o aumento da obesidade e do risco de desenvolver doenças cardiovasculares. O objetivo deste estudo foi descrever o consumo de lipídeos em relação ao nível de atividade física (NAF) de indivíduos adultos do Vale dos Sinos, RS. Para este estudo foram selecionadas, segundo o critério de domicílio do IBGE, 597 indivíduos, de 18 a 81 anos, residentes em cidades pertencentes ao Vale dos Sinos, RS.  Foi calculado o Índice de Massa Corporal (IMC), através das medidas da estatura e da massa corporal. O nível de atividade física (NAF) foi acessado através da aplicação do questionário internacional IPAQ, versão curta. O consumo de lipídeos foi calculado a partir do inquérito alimentar recordatório de 24 horas. Usou-se a ANOVA, do pacote estatístico SPSS 12.0, para testar diferenças entre as classes de NAF, considerando p<0,05. Mais de um terço dos indivíduos analisados consumiam lipídeos acima da recomendação nutricional (25-30% do Valor Energético Total-VET). Apesar do teste estatístico não apontar diferença significativa entre os grupos, observou-se uma tendência de um maior número de indivíduos classificados como insuficientemente ativos (IA) consumirem lipídeos acima do recomendado, quando comparados com os suficientemente ativos (SA) e muito ativos (MA). Foi identificado que 54,5% dos indivíduos que consumiam acima de 30% do valor energético total (VET) em lipídeos e que eram IA apresentavam sobrepeso ou obesidade. Concluindo, não encontramos diferença estatística no consumo de lipídeos entre as classes de NAF. Mas, a baixa atividade física parece estar mais presente entre os indivíduos que consomem lipídeos acima do recomendado. Isto leva a um perfil de comprometimento da saúde, o que contribui para o aumento do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.