ATIVAÇÃO DO BÍCEPS BRAQUIAL PARA SUJEITOS TREINADOS E DESTREINADOS DURANTE A FLEXÃO DO COTOVELO NA AUSÊNCIA DE INFORMAÇÕES VISUAIS

Resumo

O controle motor é realizado a partir da integração dos Sistemas Nervoso, Músculo-Esquelético e Sensorial, resultando da estruturação prévia do movimento aliada à regulação via feedback sensorial. Anteriormente ao início da execução do movimento, os músculos efetores são ativados com o objetivo de preparação da ação buscando uma maior eficiência motora. Deste modo, durante a ação ocorre a regulação da ativação muscular de acordo com as informações sensoriais vindas do meio. Objetivo: O presente estudo buscou comparar a ativação do músculo Bíceps Braquial entre sujeitos treinados e destreinados quando submetidos à execução da flexão do cotovelo na ausência de informações visuais. Metodologia: A amostra foi constituída de 4 sujeitos treinados e 4 sujeitos destreinados, sendo considerados treinados aqueles praticantes de treinamento de força por um período mínimo de 6 meses. O teste consistiu na realização da flexão do cotovelo com carga equivalente a 80% de 1-RM, definida a partir do teste de 1-RM, tendo os olhos vendados e as mãos supinadas. O sinal eletromiográfico foi captado a partir de eletrodos superficiais descartáveis (MediTrace) nos 5 segundos anteriores à execução do movimento e ao longo do mesmo. Então, o valor RMS para o músculo analisado foi obtido e realizou-se a análise estatística a partir do teste “t” de Student (p < 0.05). Resultados: A análise estatística mostrou uma ativação antecipada significativamente maior (p < 0.02) do músculo Bíceps Braquial para os sujeitos treinados em relação aos destreinados. Os resultados mostram ainda uma tendência à maior ativação do músculo ao longo do movimento para os sujeitos treinados, ainda que a diferença entre os conglomerados não tenha sido significativa. Os dados sugerem que os sujeitos treinados apresentaram uma estruturação prévia do movimento mais consistente, ou seja, apresentaram um planejamento mais eficiente da ação. Conclusão: Os resultados supracitados mostram que os sujeitos treinados apresentaram um planejamento mais eficaz da ação resultante da melhor estruturação do movimento. Deste modo, os dados mostram que a prática regular do exercício permitiu o armazenamento de características próprias do movimento pelos sujeitos treinados, gerando uma preparação mais eficiente do mesmo, corroborando com os achados da literatura.